Acidente mobilizou Bombeiros, Polícia Civil, PRF e até a aeronave Harpia 03 da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo da Sejusp. (Foto: Reprodução, Polícia Civil.)
O acidente fatal ocorrido na manhã de domingo (15) na BR-262, em Corumbá (MS), que vitimou a médica Andrezza das Neves Felski, de 27 anos, e o idoso Marcelino Florentino Filho, de 84, pode ter sido provocado pela pressa do motorista do ônibus envolvido na colisão com um caminhão. Essa é a suspeita levantada por passageiros que estavam no veículo.
Uma das sobreviventes, a bióloga Aléxia Murgi, de 25 anos, contou ao Jornal Midiamax os momentos de tensão vividos na viagem. Ela, que estava na quarta fileira de poltronas, relatou que o acidente aconteceu por volta das 6h da manhã, quando a maioria dos ocupantes ainda dormia. Segundo Aléxia, havia uma percepção geral entre os passageiros de que o motorista estava correndo para compensar o atraso.
“Nós acreditamos que o motorista tinha muita pressa por estar atrasado, já que nesse horário ele já deveria estar chegando em Corumbá”, relatou. A bióloga mencionou que, enquanto colegas que viajaram em outro ônibus chegaram a Miranda por volta das 2h30, o veículo em que ela estava passou por lá somente às 3h40.
Ela relembra que, antes da tragédia, ouviu um leve barulho de colisão. Logo depois, ouviu gritos desesperados, inclusive de uma criança de 6 anos, que estava sentada na poltrona à sua frente. A criança foi uma das vítimas mais graves, com um ferro atravessado próximo ao abdômen, o que exigiu transferência emergencial de helicóptero em vaga zero para Campo Grande.
O motorista do ônibus já foi ouvido pela Polícia Civil e indiciado formalmente pelo acidente. A investigação segue em andamento para apurar todas as responsabilidades sobre a tragédia que abalou os passageiros e suas famílias.
Testemunha acusa motorista de omissão de socorro após acidente
Após o trágico acidente na BR-262 que vitimou a médica Andrezza Felski e o idoso Marcelino Florentino, novos relatos expõem a conduta do motorista do ônibus envolvido na colisão. A bióloga Aléxia Murgi, uma das passageiras, revelou que permaneceu ao lado de uma colega ferida e, em conversas com outros passageiros, soube que o motorista demonstrou preocupação apenas com seu futuro judicial.
“Depois, conversando com os outros passageiros, eles me disseram que o motorista saiu do ônibus perguntando se ele seria preso”, afirmou Aléxia.
Ainda segundo a bióloga, o habitual seria o ônibus contar com dois motoristas naquele horário e trecho, mas na viagem de domingo (15) havia apenas um. Ela também destacou a omissão de socorro por parte do condutor. “Ele não subiu para prestar socorro para nós. Em nenhum momento veio falar conosco. Ele ficou preocupado em ir conversar com o motorista do caminhão”, denunciou.
Outro ponto importante mencionado por Aléxia é que não havia falhas na pista no trecho do acidente, contrariando versões iniciais. Imagens de câmeras de segurança comprovaram que o motorista invadiu a contramão.
“O motorista do caminhão contou aos outros passageiros que ele deu luz alta para alertar o motorista do ônibus para não avançar. Não houve falha na pista, onde estávamos não tinha ondulações, como as que existem mais adiante”, relatou a bióloga.
Sobre as causas do acidente, Aléxia concluiu: “Não sabemos se o motorista dormiu ou tentou uma ultrapassagem indevida. Se tivesse dormido, poderíamos ter caído na lateral da pista, onde tinha água”, finalizou.
Menina de 6 anos vítima de acidente na BR-262 tem perna amputada e segue lutando pela vida
A menina de 6 anos, que foi socorrida de helicóptero após o trágico acidente entre um ônibus e uma carreta na BR-262, em Corumbá, no último domingo (15), precisou passar por uma cirurgia para amputação da perna direita. A colisão resultou na morte de duas pessoas: uma médica e um idoso.
O pai da criança, Yuri Polastri, concedeu entrevista ao Midiamax nesta terça-feira (17) e revelou que a filha está lutando pela vida. “Estou vivendo um pesadelo, mas tirando forças para lutar por ela”, desabafou.
A cirurgia foi realizada na segunda-feira (16), e, desde então, a menina permanece sedada, em coma induzido. Segundo Yuri, a equipe médica informou que a situação ainda é crítica. “O médico cardiovascular e a anestesista explicaram que ela precisa de medicamentos para manter a pressão arterial, devido à gravidade dos ferimentos e à amputação. Ela perdeu muito sangue durante o procedimento”, relatou o pai.
O quadro clínico é considerado instável e as próximas 48 horas serão fundamentais para a recuperação da criança.
O acidente mobilizou equipes de resgate e chocou a comunidade local. A menina foi transferida em regime de vaga zero para a Santa Casa de Campo Grande, onde permanece sob cuidados intensivos.
“Empresa não prestou auxílio algum”, afirma bióloga sobre responsável pelo ônibus
Por fim, além de relatar que o motorista não prestou socorro aos passageiros, a bióloga afirmou que a empresa responsável pelo ônibus também não ofereceu qualquer tipo de suporte. Segundo ela, está hospedada em um hotel custeado pela empresa onde trabalha.
“Não recebemos nenhuma assistência. Até agora, ninguém da empresa entrou em contato conosco”, lamentou.