Incêndio Devasta Dois Ônibus em Corumbá(MS) e Ameaça Residências.

Dois ônibus de viagem foram completamente destruídos por um incêndio de grandes proporções na Rua Antônio João, em Corumbá, na noite de segunda-feira (28), levantando fortes suspeitas de incêndio criminoso. Um motorista testemunhou dois indivíduos fugindo com um galão. O fogo, que gerou explosões e ameaçou residências e uma escola próxima, mobilizou Bombeiros (com 28 mil litros de água e apoio da GECIF) e Polícia Militar. Moradores relataram pânico e medo pelas faíscas e explosões. A Polícia Civil e Agetrat investigam o caso, buscando imagens de segurança para identificar os responsáveis.
Reprodução Rede Social

 

Corumbá, MS – Uma noite de caos e chamas intensas transformou a Rua Antônio João, entre as ruas Cabral e Joaquim Murtinho, em Corumbá, em um cenário de destruição e medo na noite de ontem (28). Dois ônibus de viagem foram completamente consumidos por um incêndio de grandes proporções, mobilizando intensamente o 3º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) e a Polícia Militar. O incidente, cujas evidências e relatos de testemunhas apontam fortemente para um ato criminoso, acendeu um alerta, especialmente por ocorrer em uma área residencial densa e a poucos metros do muro da Escola Estadual João Leite de Barros.

O alerta inicial, que desencadeou a corrida contra o tempo, partiu dos próprios moradores, que por volta das 20h, foram surpreendidos pelo clarão e o calor irradiante de um fogo que rapidamente tomou conta do primeiro veículo. A cena de terror intensificou-se com a rápida propagação das chamas para o segundo ônibus, ambos de grande porte, estacionados na via. Embora, por um milagre, ninguém tenha se ferido, o risco de uma tragédia ainda maior era iminente.

O subtenente Silveira, do 3º GBM, descreveu a magnitude do desafio. “A ocorrência inicialmente foi registrada como incêndio em veículo, mas ao chegarem ao local, as equipes constataram que se tratava de dois ônibus de grande porte, completamente tomados pelas chamas.” A Polícia Militar já havia isolado a área para garantir a segurança e permitir o trabalho dos socorristas. O cenário era de alta periculosidade: “Começamos o combate ao incêndio imediatamente. As chamas eram intensas e, devido ao vento forte, o fogo ultrapassou o muro da escola. Se estivesse do lado das residências, poderia ter atingido as casas próximas”, detalhou o subtenente. O clima de tensão foi agravado por explosões de pneus e vidros estourando, sons que aterrorizaram a vizinhança.

Para conter a fúria das chamas, uma força-tarefa de dez militares do 3º GBM foi empregada, utilizando três viaturas e um impressionante volume de 28 mil litros de água. A complexidade da operação foi tamanha que exigiu o apoio crucial da GECIF (Grupo Especializado em Combate a Incêndios Florestais), equipe que atua em Corumbá no combate aos incêndios no Pantanal, evidenciando a escala da emergência urbana.

 

 

Incêndio Criminiso e o Medo dos Moradores

A principal linha de investigação da Polícia Civil, que assumiu o caso após a perícia no local, é a de incêndio criminoso. Esta suspeita é fortemente corroborada pelo depoimento de um dos motoristas dos ônibus, que preferiu não se identificar. Ele relatou ao Diário Corumbaense que havia saído para jantar e, ao retornar, presenciou o início do fogo no primeiro ônibus e avistou dois indivíduos fugindo com um galão nas mãos. “Saí para lanchar e, quando voltei, vi o ônibus pegando fogo e duas pessoas fugindo com um galão. Pode ter sido criminoso. Tentei retirar meu ônibus, que estava logo atrás, mas não consegui. O vento estava muito forte e o fogo se alastrou rapidamente”, contou o motorista, reforçando a intencionalidade do ato.

O impacto na comunidade foi imediato e profundo. Vitória Sanchez Duran Correia, moradora de uma casa exatamente em frente ao local onde os ônibus estavam estacionados, descreveu os momentos de grande tensão e terror vividos. “Estava dormindo quando tudo começou. Ouvi gritos para retirarem o ônibus e, quando olhei pela janelinha, vi o clarão do fogo. Corri para a casa da minha mãe e fiquei lá com minhas cachorras. O segundo ônibus estava bem em frente à minha casa, e quando ele começou a pegar fogo, fiquei com muito medo. O vento estava levando faíscas para dentro da minha casa. Ouvi ao menos quatro explosões, provavelmente dos pneus e vidros estourando. Sempre ficam ônibus estacionados aqui, às vezes até quatro”, relatou a moradora, evidenciando a rotina de convivência com os veículos e a súbita ameaça.

Os dois ônibus ficaram destruídos; bombeiros utilizaram 28 mil litros de água para apagar o fogo

Os ônibus haviam chegado de São Paulo na própria segunda-feira, o primeiro por volta das 17h30 e o segundo às 18h. O veículo da frente, que estava aguardando para iniciar uma nova viagem às 22h, foi o primeiro a ser atingido. A regularidade do transporte de passageiros por essas empresas ainda não foi confirmada, o que pode ser um ponto relevante para a investigação.

Após o controle total das chamas, as equipes dos Bombeiros deixaram o local, enquanto a Polícia Militar permaneceu aguardando a chegada da perícia da Polícia Civil para iniciar as investigações formais. Uma equipe da Agência Municipal de Trânsito (Agetrat) também esteve presente, auxiliando no isolamento da área. A expectativa é que imagens de câmeras de segurança de residências e comércios próximos possam fornecer evidências cruciais para a identificação dos responsáveis por este ato que alarmou Corumbá e deixou um rastro de prejuízo e insegurança.

 

Leonardo Cabral em 28 de Julho de 2025

Nossos produtos: