Mato Grosso do Sul registrou em 2023 a terceira maior taxa de divórcios do país, com 3,8 separações a cada mil habitantes, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas Estatísticas do Registro Civil.
O Estado ficou atrás apenas de Rondônia, com taxa de 5‰, e do Distrito Federal, com 4,2‰. A posição reflete uma tendência de alta que vem sendo observada nos últimos anos: em 2021, MS ocupava a 5ª colocação; em 2022, subiu para a 2ª.
A alta nas separações está inserida em um cenário de mudanças nos padrões familiares. De acordo com especialistas, fatores como o adiamento de casamentos entre jovens, maior autonomia financeira das mulheres e novas dinâmicas sociais estão entre os principais motivadores dessa transformação.
Embora o número de casamentos civis também tenha registrado queda no país — foram 940 mil em 2023, uma redução de 3% em relação a 2022 — Mato Grosso do Sul se manteve acima da média nacional. O Estado teve uma taxa de 6,8 casamentos por mil habitantes, ocupando o sexto lugar no ranking de uniões formais, superando a média brasileira de 5,6‰.
Outro dado que chama atenção no levantamento é o aumento nas uniões entre pessoas do mesmo sexo, que chegaram a 11 mil registros em todo o Brasil, mostrando uma sociedade mais plural e inclusiva.
Apesar de a pandemia de Covid-19 ter afetado drasticamente os números de casamentos em 2020, a recuperação observada entre 2021 e 2022 não foi suficiente para estabilizar os dados. Em 2023, o volume de casamentos voltou a cair, consolidando uma tendência de retração iniciada ainda em 2016.
A pesquisa do IBGE evidencia não apenas números, mas mudanças significativas nos costumes sociais, no entendimento de relacionamentos e na forma como os brasileiros lidam com compromissos formais e afetivos.
Buquê com rosas colombianas (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)