(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)
Cenário bem diferente do fogo: cheia ultrapassa 3 metros e anima pantaneiros
No coração do Pantanal sul-mato-grossense, o cenário é de festa. Após cinco anos de escassez hídrica e imagens desoladoras de pontes secas, matas queimadas e animais mortos, a cheia de 2025 chegou com força e renovou a esperança. A régua do Rio Paraguai atingiu 3,17 metros, marcando o maior nível desde o início da seca prolongada na região.
Ana Conceição Louveira Amarilha, 35 anos, gerente de um hotel fazenda, não esconde a alegria. “É a melhor vista que já tivemos em anos. A escadaria que dá acesso ao rio está praticamente submersa — só três dos 15 degraus aparecem. Agora vemos pontes com água correndo debaixo e a paisagem voltou a ser o que era”, comemora.
Moradora de uma palafita às margens do Rio Paraguai, Ana conta que, durante os anos de seca, era comum ver carros transitando sob pontes, queimadas por toda parte e escassez de visitantes. “Era um tempo triste. Mas agora tudo está diferente. A cheia veio forte e devolveu vida ao Pantanal”, relata.
Apesar de uma leve queda no número de turistas — com apenas alguns hóspedes na pousada — Ana acredita que a cheia impulsionará o turismo nas próximas semanas. “Alguns até reclamam que com muita água o peixe foge, mas a maioria adora ver o rio cheio”, explica.
O atual cenário é uma bênção para os moradores e trabalhadores da região, que dependem diretamente do equilíbrio ambiental. A cheia traz esperança, movimenta o turismo ecológico e revitaliza ecossistemas cruciais para o Brasil e o mundo.