Primeira vacina 100% brasileira, a SpiN-TEC, desenvolvida pelo CT Vacinas da UFMG, em Belo Horizonte, para prevenir a covid-19, teve a segunda temporada de estudos concluídos neste mês. Nesta temporada, que contou com 320 voluntários, metade recebeu doses da SpiN-TEC e a outra metade da vacina da Pfizer, sem saber. Eles foram monitorados com testes clínicos por 12 meses.
Os resultados ficaram dentro das expectativas dos pesquisadores, e indicam que o medicamento pode ser tão ou mais eficiente do que as vacinas atualmente usadas. É o que explica o líder de imunologia do CT Vacinas, Gregório Almeida.
“Assim uma vez que foi mostrado no estudo de temporada 1, no estudo de temporada 2 a gente não teve eventos adversos graves. Isso é super importante para mostrar a segurança da vacina. O estudo de temporada 2 serve para gente determinar a capacidade da vacina em treinar o corpo das pessoas para reconhecer o vírus.”
Além de ter um dispêndio menor de produção, a SpiN-TEC é desenvolvida para ser mais inextinguível que outras vacinas, afirma o coordenador.
“Ela é uma vacina mais barata de ser produzida e tem a vantagem de permanecer firme em temperatura de 4°C a 8°C. Logo ela pode ser armazenada em geladeira por um período de até dois anos. Isso favorece, por exemplo, que a vacina seja enviada com baixos custos para regiões mais isoladas.”
A primeira vacina 100% vernáculo que chegou aos estudos clínicos é um grande marco para soberania em termos de desenvolvimento de imunobiológicos. Segundo Gregório Almeida, a terceira temporada de estudos deve inaugurar em 2026. Só depois da peroração da temporada 3 é que a vacina será avaliada pela Anvisa.
Natividade: Rádio Escritório Nácional